O Brasil sem Neymar

O Brasil se acertou, jogou sua partida mais lúcida até aqui no Mundial. Mudado em relação ao time que venceu a Copa das Confederações, contou com um Fernandinho que controlou o meio de campo e com um Maicon que entrou para não sair mais, substituindo o limitado e superestimado Daniel Alves. O Brasil venceu a Colômbia e se classificou às semifinais da Copa do Mundo e vai encarar a Alemanha em Belo Horizonte.

O Brasil venceu. Mas perdeu. Perdeu Neymar, um baque que deve abalar o país inteiro. O carismático craque do time, referência técnica, ídolo e futuro melhor do mundo fraturou a costela e não joga mais nessa Copa do Mundo.

E agora, o que nos resta? Vou abordar aqui alguns aspectos que podem advir da lesão de Neymar.

MOTIVAÇÃO
É óbvio que a lesão é prejudicial e vai abalar o time, que perde sua referência, seu desafogo. Nenhum time ou seleção do mundo consegue se dar ao luxo de perder um jogador como Neymar e não sentir sua falta.

Mas Felipão sabe como ninguém trabalhar esse tipo de situação. Ele vai saber usar a lesão de Neymar como fator motivacional para a seleção, fazendo-os jogar pelo craque do time que tanto se empenhou para ajudar a trazer essa Copa para a nação e também trazendo mais ainda a torcida para o lado da seleção.

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PRESSÃO
O Brasil, quer queira, quer não, chegaria ao confronto contra a Alemanha como favorito, pressionado para ganhar, até por jogar em casa. Não mais.

Com Neymar, uma derrota para a tradicionalíssima Alemanha já seria totalmente compreensível. Sem Neymar, no fundo todos sabem que o que vier é lucro. A responsabilidade de vencer e propor o jogo passa toda para os alemães. Situação que pode se tornar favorável, já que a Alemanha vem jogando em linha alta com ao menos três zagueiros pesados, e ficará à mercê dos rápidos contra-ataques brasileiros.

alemanha

OPÇÕES
Com a ausência de Neymar, o Brasil não tem ninguém que possa fazer a mesma função, de chamar o jogo, agredir e criar.

As opções que vejo para Luis Felipe Scolari são as seguintes:

a)      Manutenção da formação base que vem atuando, com centroavante fixo e com Willian ou Bernard entrando na vaga de Neymar, e talvez trocando de posição com Oscar no time base. Vale lembrar também que Luiz Gustavo volta ao time e, nesse caso, entraria no lugar de Paulinho ou Fernandinho, com maiores chances de entrar no lugar do primeiro. Nessa mesma formação também há a opção de entrar com Ramires na direita e passar Hulk para a esquerda, mas não a vejo com bons olhos, até porque a Alemanha não tem dois laterais ofensivos, e esse esquema não se justificaria.

esquema a

b)      Reforçar o meio de campo com Luiz Gustavo, mas mantendo Paulinho e Fernandinho na saída de jogo e chegada ao ataque. Opção interessante para combater o meio de campo extremamente dominador da Alemanha, que conta com Kross, Khedira e Schweinsteiger na tríade. Com isso, teríamos Hulk e Oscar abertos, e Fred mais à frente.

esquema b

c)       Mudar mais ainda, sacar o criticado Fred e jogar sem centroavante. Acredito ser muita ousadia para Felipão, mas ele treinou sem centroavante na semana passada, quando ainda tinha Neymar no time. Nesse caso, imagino algo semelhante à segunda opção, com três volantes, sendo dois desses se transformando em meias, e um trio com Hulk, Oscar e Willian/Bernard na frente, a princípio com Oscar fazendo o falso 9, como já fez por várias vezes com Mourinho no Chelsea. A eficácia dessa opção se dá pois, ao mesmo tempo em que reforça o combate no meio, o Brasil ganharia movimentação e exploraria os espaços existentes entre a zaga e o meio de campo alemão, os quais ficaram evidentes contra a França. Fred, se jogar, seria fortemente marcado por Mertesacker e Hummels e, provavelmente, seria mais uma vez quase que um jogador a menos em campo para o Brasil. E isso, na ausência de Neymar, complicaria demais as ações.

esquema c

O que Felipão vai fazer certamente só saberemos na hora do jogo. Nos resta aguardar, torcer e prestigiar esse que vai ser um baita jogo e tamanho espetáculo em BH.


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Autorvaz
data05/07/2014


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